Tuesday, March 27, 2007

Faixa 3. Malice Mizer | Áudio

Como referi nos artigos anteriores, Malice Mizer foi uma banda que nasceu para surpreender. Desde os seus primeiros anos de existência que nos mantem o ouvido aberto e espantado. Pensando num exemplo estranho, a música nos Malice Mizer evoluiu tanto quando a população evoluiu em milhares de anos. Desde os primórdios da sua existência que produzem álbuns que são um tanto ou quanto polémicos.

Começamos a viagem pelos Memoire (e pouco mais tarde Memoire DX com uma faixa bónus), o primeiro álbum editado pela banda, ainda Era de Tetsu (é de frisar que nesta época só produziam singles e mesmo nas seguintes, os MM não lançaram muitos álbuns). Neste álbum é possível encontrar facilmente as várias influências do gótico dos meados dos anos 80, rock e algumas influências clássicas (vide Imagem no artigo seguinte). Provavelmente não terá sido por causa do som que nesta época a banda cresceu tanto, mas sim pela imagem que davam. A verdade é que nos últimos anos torna-se difícil ser original no que se trata a fazer música. Os estilos já são mais que muitos e para uma banda se lançar, tem que o fazer de uma forma bastante forte e agressiva. Na minha opinião, penso que os Malice Mizer pegaram no conceito de Visual Kei e levaram-no ao extremo e deu o resultado maravilhoso que vimos. É possível reparar que a voz de Tetsu encaixa nas músicas de uma forma muito suave, isto é, o volume de som entre vocal e instrumentos está bastante alinhado, o que por vezes faz com que a letra nos escape e assim focamos mais atenção na melodia. Tem vantagens e desvantagens... A vantagem é que possibilita ao ouvinte um maior desfrute da música como um todo, percebendo muito melhor a melodia em que a música se insere, mas por outro lado, a letra foge e torna-se mais complicado perceber o que se quer transmitir vocalmente.

Para muitos a Era de topo dos Malice Mizer, foi a Era de Gackt, existem várias curiosidades sobre este indivíduo que vale a pena procurar. E foi a Era onde lançaram mais álbuns... dois! Voyage e merveilles (que também há em versão vídeo). O estilo de música, apesar de variar dentro das mesmas Eras, nesta Era mudou radicalmente, o Mana apostou em estilos mais pesados, por outro lado o Gackt queria também algo mais romântico. Podemos dizer que nasceu assim uma mistura interessante como, heavy metal com gothic metal, gothic rock, clássica, electrónica e progressiva. De modo algum se pode dizer que isto é uma mistura de Deus, porque não é... É mesmo uma mistura dos Diabos que faz explodir qualquer um de alegria! Ninguém imaginaria como estilos, que não têm relação, aparecem aqui de uma forma tão descomunal. A voz do Gackt é mais forte que a de Tetsu, mas ao mesmo tempo mais lisa. Nestas músicas, ao contrário da Era de Tetsu, a voz soa mais forte que a própria música, existe claramente uma distinção de planos. Estamos assim numa fase arrasadora, em que a imagem compensa a sonântica e a letra compensa todo o trabalho desenvolvido para transmitir as mensagens que pretendem.

OK, na Era de Klaha, produziram apenas um álbum. Vocês devem estar a pensar “Mas que raio de banda que produz tão pouco??”... Ao qual eu respondo “Antes pouco e com qualidade do que produções em série!”... A cada passo vemos a originalidade crescer. E se a Era de Gackt mudou tudo, então a Era de Klaha mudou radicalmente o rumo da música de Malice Mizer. Os sons neoclássicos embelezam cada música tocada, a voz de Klaha bastante mais forte, um sotaque russo quando fala inglês. As letras bastante mais fortes, menos músicas divertidas, mas mais músicas para subir os estímulos auditivos. Os sons Pop que Gackt introduziu desapareceram completamente... As músicas passaram a transmitir mensagens fortes e dramáticas. Mas Malice Mizer não ficou por apenas quatro álbuns em toda a carreira... Foram inúmeros os singles que produziram, foram inúmeros os DVDs e as versões VHS.

Podemos dizer que começaram bem e acabaram bem. Mantiveram-se sempre no topo da originalidade. Nunca deixando margens para rip offs do próprio som que faziam. Por mais parecidas que as músicas sejam, há sempre qualquer coisa lá que nos faz mudar de opinião!

Trabalho elaborado por Daniel Bento

No comments: