Wednesday, March 28, 2007

Faixa 4. Malice Mizer | Imagem

Durante os dez anos de existência dos Malice Mizer, que a banda mostrou de facto aquilo que o Visual Kei pretende ser. Não se limitaram a “tocar música” com uns fatos extravagantes vestidos, mas fizeram da música também algo extravagante e completamente diferente do habitual. Como qualquer outro estilo, as influências foram muitas. Mas a mensagem foi única. Tenho a certeza que muitos de vós dariam tudo por ver um concerto dos Malice Mizer, eu próprio daria, mas quando “descobri” o J-Rock e particularmente o Visual Kei, já esta banda não existia fisicamente. Mas é impressionante como o seu nome ainda está presente na mente de todos quanto a conhecem esperando que algo semelhante volte a aparecer. Acreditem ou não, foi Malice Mizer que me levou ao mundo do Visual Kei, apesar da primeira banda de J-Rock que ouvi ter sido Dir en Grey, constatei que esta já tinha abandonado o Visual Kei há muito tempo, por outro lado, o projecto solo do Mana (Moi dix Mois), mostrou-se ser um Visual Kei muito daquilo a que podemos chamar “leve”, pelo menos para mim que já conheço coisas mais “pesadas”.

Na Era de Tetsu somos levados a belos vestidos clássicos, misturados com uma cultura neo-clássica... O que nos remota aos tempos franceses medievais. O que acompanha, de certo modo, o estilo de som que nessa época eles transmitiam. Na Era de Gackt, inicialmente continuou-se com os estilos clássicos, mas Mana, líder e fundador (em conjunto com Kozi) da banda, decidiu apostar num estilo mais pesado e progressivo, o que exigia muito mais na apresentação que faziam. Apesar disto, é nesta Era que assistimos a determinados momentos históricos como mudanças de elementos totalmente pesados e mortíferos, para comédias e teatro. Ao contrário destas duas Eras, a Era de Klaha, foi a que digamos mais se aproxima da actual banda Moi dix Mois. Na minha opinião, penso que o Mana quis preservar um pouco a memória que todos temos dos Malice Mizer. Não mudando drasticamente o estilo de imagem que apresenta, mas melhorando em muito o vestuário e adequando-se muito mais à época em que estamos. Na Era de Klaha ainda é possível ver alguns Vídeo-Albuns com algum vestuário clássico, mas nada que seja proveniente de séculos antes, mas sim do próprio século XIX e XX.

Algo que eu sempre adorei e passei a “amar”, foi monólogos/diálogos simultâneas com músicas que antigamente eram tocadas em orgãos (daqueles com os tubos gigantes) e que hoje são sintetizados. Isto é algo que se vê muito com Klaha, mas não era da música que queria falar, mas sim das imagens que nos mostram. Somos presenciados, talvez com o que a maioria das pessoas julga ser algo do demónio... algo que nunca deveríamos ver... dado que somos confrontados com uma colectânea bastante composta e bem feita com elementos religiosos, feitiçaria, entre outros, ou seja, a tradicional imagem gótica que muitos adoram e outros nem tanto.

Por mais espantoso que seja, os efeitos visuais nestes vídeos são bastante mais bem feitos que a maioria dos filmes que conheço. Vide filmes de terror como o The Grudge que são autênticas comédias.

Outro ponto engraçado de saber, é que os músicos com o passar dos anos, encararam de tal forma as personagens que representam, que tudo passou a ser algo natural da sua vida mundana. O Mana, merece algum destaque, talvez porque ele seja a pessoa que mais chama a atenção dentro da banda por várias razões... Entre as quais o facto de ser ele que representa a parte feminina dos Malice Mizer (e agora dos Moi dix Mois) e, se estão a ler este texto, certamente já devem saber que a personagem que um músico representa na banda em Visual Kei é totalmente independente da sua vida do quotidiano. Isto é, não é por causa do facto de se vestir de rapariga que, passa a ser “tudo e mais alguma coisa”, como aqui pelas nossas bandas se gosta de classificar. Mas sinceramente, ainda gostava de descobrir porque foi ele a pessoa a fazê-lo. Bem, se formos a analisar, é a pessoa que melhor fica como rapariga. Outro facto engraçado, é que depois de 1993, podem-se contar pelos dedos de uma mão o número de vezes que ele falou para o público. Simplesmente não fala, faz gestos ou, fala ao ouvido do vocalista para este falar. É deveras surpreendente como se consegue manter esta imagem por quinze anos.

Trabalho elaborado por Daniel Bento

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