Tuesday, June 30, 2009

Miyavi | conferência de imprensa (JAME)

Uma entrada diferente. Esta entrevista a Miyavi está na JAME e desde já agradecemos aos pessoal da JAME por estar sempre em cima do acontecimento!

Parece que Miyavi anda a preparar coisas bem boas...e para todo o mundo! Força Miyavi! ^_^

[Desculpem o comprimento mas...a entrevista é toda tão boa que mostrar só um bocado era uma pena <.<]



"No dia 10 de Abril, um dia antes da sua muito antecipada actuação no Anime Matsuri, Miyavi dispensou algum tempo do seu horário para realizar uma conferência de impressa numa pequena sala com um pequeno grupo de membros da imprensa. Ele falou abertamente sobre a sua música, as suas fãs, a sua saída da PS COMPANY, o seu casamento, e a sua futura paternidade.

Já explorou uma grande variedade de estilos musicais desde o começo da sua carreira a solo. Agora que a sua colaboração com os KAVKI BOIZ acabou, que direcção planeia tomar com a sua música?

Miyavi: Na realidade, decidi continuar com o estilo KAVKI BOIZ e a minha carreira de artista a solo, separadamente. Recentemente comecei uma companhia e a seguir farei a minha tour mundial.

Pode dizer-nos um pouco mais sobre a sua companhia, J-glam?

Miyavi: J-glam. A ideia para o nome da companhia veio de Japanese Glamorous. O meu estilo é rock J-glam, foi por isso que lhe dei esse nome. Eu tornei-me independente (da PS COMPANY) por várias razões, como o meu casamento e o meu filho. A razão mais importante foi porque eu quis poder encarar os meus fãs seriamente, honestamente e sinceramente.

Tem uma grande base de fãs internacionais. Como é que planeia falar com eles através da J-glam? Há mais alguma coisa que planeie fazer para contactar não só com os seus fãs japoneses, mas com os seus fãs de todo o Mundo?

Miyavi: A razão pela qual eu fundei a minha companhia foi para poder contactar com os meus fãs internacionais, por isso esperem por novidades.

Alguns planos para um clube de fãs internacional?

Miyavi: Sim, há sim.

Quais são as suas maiores inspirações?

Miyavi: Tudo na minha vida. Sim, tudo. Tudo, desde as coisas artísticas como livros e filmes, a conversas casuais com os meus amigos - tudo. Eu apenas canto sobre a minha vida.

Viajou por todo o mundo na sua tour na Primavera passada. Qual foi o momento mais memorável?

Miyavi: No ano passado? Quase perdermos a minha guitarra (risos). Foi muito mau.

O que aconteceu?

Miyavi: Eu não sei. Foi com a companhia aérea, não percebi o que se passava, mas houve imensos problemas. Mas houve também boas memórias. Cada vez que faço alguma coisa, alguma coisa má acontece também.

Quando olha para trás em relação ao conceito de Neo Visualizm, considera que foi um sucesso?

Miyavi: Ainda não tenho a certeza, mas vou continuar com ele. Na verdade, Neo Visualizm equivale a rock J-glam. É um novo estilo, não é o velho estilo Visual Kei. Só estou a trabalhar num novo estilo.

Faz planos de realizar uma nova tour pelos EUA num futuro próximo?

Miyavi: Sim, na verdade. Ainda não a anunciei oficialmente, mas vou realizar uma tour mundial depois de Setembro. Vou realizar a minha festa de aniversário, com o meu clube de fãs, no Japão no dia 14 de Setembro. Depois vou á Rússia, ou a algum local na Europa. Depois disso, América e Ásia e claro, Japão também.

Como é que vê a sua companhia a crescer no próximo ano? Qual é o objectivo final da J-glam?

Miyavi: O meu primeiro objectivo, sou eu. Depois disso, eu quero produzir ou ajudar bons artistas a começarem a sua carreira internacional. Portanto, não sei quando vai acontecer, talvez durante o próximo ano.

Eu assumo que sejam apenas artistas japoneses, já que se chama J-glam?

Miyavi: Não, não só artistas japoneses. Eu sou metade coreano e metade japonês, mas nasci como Japonês, por isso quero espalhar a cultura japonesa pelo mundo.

Que tipo de artistas estaria á procura para a J-glam? De que géneros?

Miyavi: Qualquer género, como dançarinos de sapateado, pilotos de BMX ou os KAVKI BOIZ.. Na realidade, eu não quero que eles façam apenas música. É muito difícil manter-se apenas pela música do Japão. Outros tipos de actos - eles são também realizados por artistas. Eles têm de pensar em promover-se também, portanto…

Mencionou que gostava de criar outro estilo de Visual Kei, diferente do Visual Kei antigo. Acha que o antigo Visual Kei se tornou repetitivo ou demasiado visto?

Miyavi: Não, eu respeito o antigo Visual Kei e tenho muitos amigos na indústria Visual Kei. Nós conhecemo-nos na indústria Visual Kei, mas ao mesmo tempo, eu sinto a responsabilidade de arranjar um novo estilo para uma nova geração - e é por isso que tenho criado o Neo Visualizm.

Qual foi a sua coisa favorita sobre andar em tour pelos EUA?

Miyavi: Eu já perdi a minha carta de condução, por isso não há nada para fazer, mas eu gosto de vir para L.A. e aqui, há muitos fãs á minha espera.

Em 2004, deveria ter actuado no A-kon, mas isso não aconteceu, por isso como é que se sente agora, apesar de já ter realizado uma tour mundial, por ir actuar numa convenção de Anime?

Miyavi: Estou feliz. Eu gosto de Anime.

Qual diria ser o maior desafio que enfrentou no ano passado, não só como artista, mas como pessoa, em relação a ter começado a sua nova empresa e também uma nova era da sua vida?

Miyavi: Vou tornar-me pai. (sorriso)

Que barreiras acha que o Visual Kei, como género musical, tem de vencer para poder ter sucesso no estrangeiro, tanto nos EUA como na Europa?

Miyavi: Eu não sei - é único, penso eu. É muito diferente até das bandas que usam maquilhagem no estrangeiro. As bandas asiáticas são mais…eu não sei – Não consigo explicar em Inglês.

De que maneira, se de alguma, acha que o seu método de compôr música e escrever letras muda, dependendo do estilo de música em que está a trabalhar no momento?

Miyavi: Na verdade, eu ainda estou á procura do meu estilo na minha vida, certo? Mas até agora eu tenho procurado em mim mesmo, e é por isso que tenho mudado. A partir de agora, como já disse antes, o meu estilo urbano com os KAVKI BOIZ e a minha carreira a solo vão estar separadas. Não posso dizer exactamente como, porque também sou um ser humano, por isso também mudo, certo? Mas o que posso dizer agora, é que estou apenas a tentar ser honesto comigo mesmo.

Quando toca fora do Japão, obviamente que há muitos fãs que não falam a língua japonesa, portanto podem não perceber as suas letras. Acredita que a música, a actuação e a voz por si só podem transmitir o sentimento que pretende, ou encoraja os seus fãs a procurarem as traduções?

Miyavi: Sem as letras? Sim, eu espero que sim, mas a letra também é importante. Algumas pessoas traduzem as minhas letras e põem-nas em fansites, o que eu aprecio muito.

É muito famoso neste momento. Há alguma coisa de que tenha saudades dos seus dias indies?

Miyavi: Na verdade, ser famoso não é o meu objectivo, mas eu quero espalhar a minha música, porque acredito que isso é realmente a minha vida. Ainda estou a caminho, não estou satisfeito.

Como é que acha que cresceu desde o seu primeiro álbum a solo?

Miyavi: Gagaku, certo? Na realidade, quando fiz esse álbum, eu nunca tinha cantado antes dele ser lançado.

Já disse muitas vezes que a sua vida está ligada à sua música e que a sua música está ligada aos seus fãs. Há alguma mensagem que gostasse de dar aos seus fãs?

Miyavi: Sim. Como eu anunciei no meu MySpace, eu casei-me e vou ter um filho. Ele ou ela vai nascer no Verão, em Julho. Eu quero partilhar tudo com os meus fãs, não só como fã e artista, como isto é privado e isto é público ou assim. Eu sou Miyavi. Mesmo quando estou apenas a passar tempo com a minha família, eu sou Miyavi.

O que é que aconteceu com S.K.I.N.?

Miyavi: Isso é uma boa pergunta (risos). Ainda está vivo. Eu quero muito trabalhar nisso, por isso temos tentado fazer com que acontecesse, mas, como sabem, Yoshiki está ocupado com X Japan, Sugizo tem os seus projectos também, assim como Gackt. Eu tenho estado ocupado com a minha tour mundial. Um dia destes, um dia destes…eu não sei, perguntei ao Yoshiki. (risos)

Quando os seus fãs vêm as suas tatuagens e piercings, é uma coisa que, de certa maneira, tentam imitar já que você é uma inspiração para eles. Porque decidiu tirar o seu piercing do lábio?

Miyavi: Era isso que eu queria explicar. Assim que eu voltei depois da tour mundial, eu senti que não precisava daquelas coisas, porque tive confiança durante esta, tanto como guitarrista como cantor, e foi por isso que o tirei. Alguns dizem que foi porque eu estava noivo e iria ser pai, mas isso é completamente diferente. Eu penso que a minha família gosta dos meus piercings e eu espero que o meu bebé goste deles também. (risos). Mas, como me senti confiante como cantor, decidi tirá-lo.

Com a sua nova família, tendo se casado recentemente e com um bebé a caminho, qual é a parte mais difícil entre conjugar a sua vida familiar, a sua vida publica e a sua musica neste momento?

Miyavi: Eu não sei. Eu comecei agora a minha companhia, por isso não tenho a certeza. O meu bebé ainda não nasceu. Através dos media, as noticias saíram de maneira súbita, o que é bom para mim pois a parte mais difícil era como contar aos meus fãs. Há tanta gente que não pode contar a verdade enquanto está numa banda, e por isso eu quis tornar-me independente. Senti uma grande dificuldade em lidar com isso. Eu queria poder enfrentar os meus fãs. Portanto, acho que essa foi a parte mais difícil que eu -que nós -temos de ultrapassar. Mas eu tenho recebido tantas mensagens calorosas e queria mesmo, mesmo agradecer-vos.

Como foi o seu vôo?

Miyavi: Foi…bom. Eu dormi o tempo todo. Primeiro, fomos a São Francisco, mas eu não me lembro de nada, pois estava nos meus sonhos.

Já que removeu os seus piercings e cortou o seu cabelo, alguma vez pensa em remover as suas tatuagens?

Miyavi: (risos) Na verdade, eu vou fazer mais tatuagens.

O que é que pensa adicionar?

Miyavi: Eu não sei – é segredo.

As suas tatuagens são todas pretas. Porque é que não tem nenhuma a cor? Ou tem?

Miyavi: Na realidade, não são desenhos. São todas mensagens. Eu acho que devo ter letras de músicas pelo meu corpo.

Há alguma coisa que gostasse de fazer e ainda não tivesse tido oportunidade?

Miyavi: Qualquer coisa? Há tantas coisas que eu quero fazer. Eu quero fazer uma tour mundial ainda maior, e maior, e maior. Eu quero partilhar os meus sentimentos com muito mais gente. Tanta coisa!

Acha que é diferente dar concertos na Ásia do que dar concertos internacionais, em termos de reacções de fãs?

Miyavi: Sim, é um pouco diferente. É bastante complicado de explicar. Está também relacionado com as reacções ao meu casamento e ao meu filho. Algumas reacções foram como que (faz barulhos de enojado). É tão difícil. Eu sou idolatrado como personagem. Eu gostava de ser assim, mas é complicado ser dois artistas. Sim, são um pouco diferentes mas também iguais. Mas através da minha música, eu consigo espalhar a minha mensagem a todos os meus fãs.

Tem algum músico favorito que admire?

Miyavi: Sim, sim, o guitarrista Tomoyasu Hotei. Ele começou agora o seu próprio MySpace e eu adicionei-o como um dos meus amigos de topo. No dia em que casei, ele e a sua mulher (que costumava ser cantora) convidaram-nos para jantar na sua casa. Eu admiro-o bastante.

A sua mulher foi apresentadora do programa “J-MELO”, e você esteve nesse programa como convidado. Foi assim que vocês se conheceram?

Miyavi: Sim. Na altura, eu apercebi-me que ela era uma pessoa que podia ser amada por todos. De todas as vezes que vou a um programa de TV ou alguma coisa parecida, com apresentadoras ou outras raparigas, as minhas fãs não gostam e dizem “Quem é que são essas cabras?” e assim. Mas na altura, as minhas fãs gostaram todas dela.

A Melody foi cantora e artista, mas mudou para a indústria da moda. Fazem planos de colaborar artisticamente no futuro?

Miyavi: Sim, no futuro. Mas eu quero que ela se concentre em tomar conta dela e do nosso bebé. Eu quero que ela continue a cantar. Eu gosto da voz dela.

O JaME gostaria de agradecer a John do Anime Matsuri por ter organizado este evento, e a Miyavi pelo tempo dispensado a falar connosco. "

No comments: